Deputada Lucinha e assessora se encontraram 15 vezes com miliciano ligado a Zinho, apontam PF e MP

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Investigação revela presença de Zinho, líder da maior milícia do RJ, em alguns desses encontros durante o ano de 2021, evidenciando Lucinha como elo político da milícia.

A deputada estadual Lucinha (PSD) teve encontros pessoais com membros do grupo liderado por Luis Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, em 2021, segundo relatório conjunto do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Polícia Federal (PF). A investigação identificou pelo menos 15 desses encontros, envolvendo Lucinha e sua assessora, Ariane de Afonso Lima, com milicianos atuantes em Campo Grande, Paciência e Santa Cruz, Zona Oeste do Rio.

O relatório aponta que Lucinha e Zinho evitavam comunicação telefônica direta para ocultar a ligação da deputada com a milícia. Em setembro de 2021, mensagens revelaram que Lucinha solicitou um encontro pessoal com Zinho, a quem se referia como “irmão”. O MP alega que este era o codinome do líder miliciano entre os integrantes do grupo.

Na segunda-feira (18), Lucinha foi afastada do cargo por tempo indeterminado devido às suspeitas de sua ligação com a milícia comandada por Zinho. O MP e a PF apresentaram cinco episódios que indicam a interferência da parlamentar e de sua assessora em favor dos criminosos, agindo para proteger o grupo contra ações das autoridades e facilitar atividades criminosas.

Entre os episódios mencionados, destaca-se a possível intervenção de Lucinha na soltura de milicianos presos, a defesa do esquema de vans utilizado pela milícia para obter receitas ilegais e a solicitação de uma operação contra a milícia rival.

A investigação também revelou diálogos entre Lucinha e sua assessora com milicianos, evidenciando tentativas de influenciar mudanças no comando da Polícia Militar na região. O MP argumenta que essas ações visavam evitar interferências policiais nos negócios da milícia.

Lucinha, identificada como a “Madrinha” na investigação, enfrenta sérias acusações de abuso de poder em favor de interesses da milícia, indicando uma estreita relação entre a política e a criminalidade.

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