Embaixador brasileiro não voltará ao cargo após ser humilhado em Israel, diz Celso Amorim

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Crise Diplomática Explode: Brasil Retira Embaixador Após Humilhação em Israel!

O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, anunciou que o embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, não retornará ao cargo após ter sido humilhado pelo chanceler de Israel, Israel Katz. “Nosso embaixador foi humilhado. Ele não volta, porque ele foi humilhado pessoalmente, mas ao ser humilhado pessoalmente foi o Brasil que foi humilhado. A intenção foi humilhar o Brasil,” afirmou Amorim, destacando a gravidade da situação.

A crise diplomática entre Brasil e Israel teve início após uma declaração polêmica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante uma coletiva de imprensa em Adis Abeba, na Etiópia, Lula comparou a ofensiva israelense em Gaza às ações de Adolf Hitler contra os judeus, gerando imediata condenação por parte de Israel. Em uma tentativa de se retratar, Lula afirmou que não mencionou o Holocausto, mas a associação foi suficiente para provocar uma forte reação do governo israelense.

Após a declaração de Lula, o embaixador Frederico Meyer foi convocado pelo chanceler Israel Katz para dar explicações. Katz mudou o local da reunião para o Yad Vashem, o principal memorial do Holocausto em Israel, pouco antes do encontro, o que foi visto como uma manobra para constranger Meyer e, por extensão, o governo brasileiro. Durante a reunião, Katz se comunicou em hebraico, idioma que Meyer não domina, deixando-o sem entender completamente a gravidade das acusações feitas contra Lula até depois do encontro.

Katz ironizou Lula em redes sociais, reafirmando que o presidente brasileiro seria considerado “persona non grata” em Israel até que se retratasse oficialmente, o que não ocorreu. A resposta do Itamaraty foi imediata: convocou Meyer de volta ao Brasil para consultas e exigiu explicações do representante israelense no Brasil, Daniel Zonshine.

Celso Amorim explicou que a decisão de não permitir o retorno de Meyer a Tel Aviv foi tomada para preservar a dignidade do Brasil e de seu corpo diplomático. “A forma como os israelenses organizaram a reprimenda foi uma tentativa clara de humilhar o governo brasileiro,” reiterou Amorim, justificando a retirada do embaixador.

Essa crise diplomática destaca as tensões crescentes nas relações internacionais e a importância de um discurso cuidadoso em temas sensíveis como o conflito israelense-palestino. A decisão do Brasil de não ceder à pressão israelense é um posicionamento firme que, segundo Amorim, visa proteger a honra do país.

A situação também sublinha a complexidade das relações exteriores e a necessidade de manejo diplomático habilidoso para evitar mal-entendidos e preservar a integridade nacional. Enquanto isso, a resposta de Israel e a insistência em um pedido de desculpas oficial de Lula mostram a delicadeza e a sensibilidade envolvidas nas declarações sobre temas históricos e politicamente carregados.

O futuro das relações Brasil-Israel permanece incerto, e observadores internacionais estarão atentos aos próximos passos de ambos os governos para resolver essa disputa diplomática. A retirada do embaixador brasileiro de Tel Aviv marca um ponto crítico nas relações bilaterais e poderá ter repercussões duradouras na política externa brasileira.