Petrobras e a Produção Nacional de Fertilizantes

A produção de fertilizantes no Brasil voltou a ser uma prioridade estratégica para a Petrobras. Há expectativas de que as unidades de Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul, e Araucária, no Paraná, comecem a fornecer adubos ao mercado nos próximos anos.

Na última semana, Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, visitou a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III) em Mato Grosso do Sul. A unidade está em fase de estudo de viabilidade técnica e econômica, com a licitação para a retomada das obras prevista ainda para este ano.

Capacidade de Produção Imponente

A UFN-III é projetada para produzir 2.200 toneladas de amônia por dia e 3.600 toneladas de ureia por dia, tornando-se uma das maiores fábricas de fertilizantes nitrogenados do Brasil. Em Araucária, Paraná, a fábrica de fertilizantes também recebeu aprovação para iniciar obras de revitalização e retomada das operações. Esta unidade tem capacidade para produzir 720 mil toneladas de ureia e 475 mil toneladas de amônia por ano.

Impacto no Mercado Doméstico

Embora a reativação dessas unidades seja vista positivamente por aumentar a oferta doméstica de adubo, ela não será suficiente para tornar o Brasil autossuficiente em fertilizantes. Atualmente, cerca de 85% dos fertilizantes utilizados nas lavouras do país são importados. Stefan Podsclan, da Agrifatto, explica que a dependência da importação de ureia pode diminuir, mas os preços ainda serão influenciados pelo mercado internacional.

A consultoria Safras&Mercado prevê que pode haver uma redução de preços nas regiões onde as fábricas estarão operacionais, principalmente devido aos benefícios logísticos da proximidade.

Estratégia em Tempos de Instabilidade Geopolítica

Em tempos de instabilidade geopolítica, investir na produção nacional de fertilizantes é uma estratégia prudente para a gestão de riscos. No entanto, é crucial que esses planos sejam concretizados para que o Brasil possa colher os benefícios dessa iniciativa.